quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Na cova do Leão

Em nosso segundo dia, dia 20 de outubro fomos ao Coliseu. Ao passarmos pelas colunas de sustentação e contemplarmos como poderiam ter tecnologia para construir um estádio daquele tamanho à dois mil anos, foi algo bárbaro, não, usarei outro adjetivo, pois os bárbaros que derrotaram Roma, deixe-me ver, esplêndido.
No subterrâneo do Coliseu ficavam as jaulas e prisões, para abrigar respectivamente as feras e os gladiadores. Estes últimos por sinal tratava-se de escravos que eram confinados a morrer em batalhas, contra outros gladiadores ou contra leões e tigres, porém, muitas vezes eles encenavam batalhas onde os romanos saíram vitoriosos contra outros povos, neste caso se você fosse um romano teria uma chance grande de sair vivo da arena, agora se estivesse representando o povo inimigo já era, pois além de morrer ainda teria que encenar como foi o acontecido.
Como entramos no Coliseu pelo térreo, fomos direto a arena e olhar para cima, ainda provoca calafrios, agora imagina as arquibancadas totalmente lotadas e um outro sujeito com uma espada na mão te esperando do outro lado da arena.
Durante o império de César Augusto, nasce uma pessoa que muda a história de Roma, e esta começa a caçar os seus seguidores cada vez mais fiéis, com a ida de Paulo e Pedro para Roma, surge nesta uma realidade underground dos primeiros cristãos, onde estes não podiam exercer sua fé, mas foi no ano de 65 d.c. que a perseguição contra os cristãos se intensificou, pois atribuíram aos cristãos a culpa sobre um tremendo incêndio na cidade. Estava aberta a temporada, leões contra cristãos no Coliseu.
Depois da aceitação de Roma pelo cristianismo, o Coliseu já não mostrava jogos de morte e um terremoto devasta Roma, comprometendo também as estruturas do Coliseu. Após a queda de Roma o Coliseu, passou a ser usado como prisão e como forte-militar e logo após como de outro terremoto, como depósito de lixo, até ficar 400 anos abandonado e servindo de matéria prima para construção de casas na cidade, com isto foram retirados todos os mármores que cobriam a arena, e também as arquibancadas, as estátuas dos antigos deuses romanos foram saqueadas e assim por diante. Até que o Papa, da época tomasse posse do Coliseu, e colocaria uma cruz em uma das extremidades de sua arena, em homenagem aos cristãos que ali morreram. Ainda neste período o coliseu sofre outro terremoto que derruba parte de sua parede e a igreja se encarrega de reformar um pouco, mas sem perder sua originalidade.
Ao sairmos do Coliseu, nos dirigimos a cidade antiga, neste encontramos um mundo subterrâneo, a casa de César Augusto, o Fóro-Roman onde era decidido as leis (daí o nome Fórum em português), o templo de Rômulo, o mercado de César Trajano (este César é curioso, pois ele nasceu na Itálica terra que hoje em dia é a Espanha) e por fim o Circo Mássimo (é com dois ésses mesmo) onde tinha as famosas guerras de bigas (aquelas carroças romanas, puxadas por cavalos e que nas rodas haviam espadas em seus centros).
As ruas de Roma, são bem pixadas, o povo joga lixo em qualquer lugar, na verdade que se acostuma com a Irlanda, Escócia e Inglaterra tem problemas ao chegar na Itália, pois este povo é muito parecido com o nosso, e em uma maneira geral creio que nós, brasileiros estamos a frente em alguns quesitos, por exemplo: educação e trânsito. Aqui entendi o porque os carros italianos são tão famosos, resistentes, rápidos e etc, mas não me lembro de nenhum piloto italiano famoso, o fato é que aqui é pior que o Rio de Janeiro, quando se trata de trânsito, todos correm feito loucos, não andam nas faixas e atravessar a rua aqui é um perigo, porque eles passam no vermelho com freqüência, assim entendo que o carro italiano tem que ser muito resistente, para que um italiano dirija e muito rápido também, para que chegue à frente do outro, e ao sairmos de casa hoje logo pela manhã fomos brindados com uma batida de carro, bem de baixo de nossa sacada, batida idiota, coisa de sair da garagem, mas bem que eu estava estranhando porque já estava em Roma a cinco dias e não havia visto nada.
Outro fator que diferencia Roma de hoje em dia de qualquer outra cidade é a parte gastronômica, aqui come-se muito bem, e de forma barata, se em Dublin temos a opção McDonald’s ou Burger King, estes não fazem sucesso algum, até porque é difícil encontrar uma região da Itália que não tenha dado o nome para alguma comida, por exemplo: Lingüiça Toscana (região da Toscana), Bife a Parmegiana (região de Parma), Presunto de Parma (poxa de novo) Bife a Milanesa (Milão), Espaguete à Bolognesa (região de Bologna) e etc.
Portanto Roma foi o local que mais gostei, até agora, perdi o trauma do sorvete italiano, adorei sua culinária e muita cultura de um lado e do outro da rua, só é preciso tomar cuidado para atravessar a mesma.

Um abraço para todos.

4 comentários:

Regina disse...

Oi viajantes,

Dizem que mãe é mãe...
Por isso,estou aqui novamente...
e continuo acompanhando vocês.

Filho, que lugar maravilhoso pra comemorar seu aniversário, muito bem escolhido por sinal.

Boa viagem
Fiquem com Deus
Beijos

Anônimo disse...

Muito interessantes suas histórias, nos ensinam muitas coisas, estou morrendo de saudades, um beijo enorme no coração de vocês dois de quem os ama muito... Cláudia!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Eduardo disse...

Oi pessoal desculpe a demora de uma resposta, aqui em veneza internet tem sido complicado.
Tb estou com saudades de vcs clau e Re, e tati nao sei se ele era palmeirense, mas a verdade é que quase meio time do Roma vem do São Paulo entao creio que seja normal ter uma simpatia, mas não acredito que ele fosse um torcedor como eu.
Agora estarei postando o de Turin, um beijao pra todo mundo e até mais.