quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Á César o que é de César

Chegamos em Roma, sem a necessidade de passarmos pela imigração, sendo assim não tivemos que responder nenhuma pergunta ou etc. mas foi bem desgastante nossa chegada.
As informações não são corretas e seguir uma placa pode ser um erro, pois de repente a placa acaba e você não está onde gostaria.
O trânsito gerado por uma manifestação nos fez ficar 2h30 dentro de um ônibus, 30minutos a mais que levamos para ir de avião de Paris para Roma. Na estação onde deveríamos pegar um metrô ou ônibus não conseguimos informação e nem um guia para irmos ao Hostel, por este motivo a Clara entrou em desespero e abriu o berreiro, para que as pessoas na estação não pensassem que eu estava batendo nela resolvi pegar um táxi. O motorista era um cara bem simpático e falava ítalo-inglês, e nós nos encarregávamos de compreender. Este tinha um conhecimento completo do campeonato brasileiro e me perguntou que time eu torcia, respondi e ele falou que adorava o São Paulo, ele sabe que o time italiano em Sampa é o Palmeiras, mas ele gosta mesmo é do São Paulo, até aí tudo bem, achei que ele estava sendo simpático, mas depois que ele me falou até mesmo sobre os pontos do Ipatinga, vi que realmente ele gostava do futebol brasileiro.
Chegando em nosso Hostel fomos muito bem recebidos, e o rapaz responsável pelo Hostel foi o primeiro italiano que falou inglês comigo aqui. Nosso quarto era super limpinho e havia uma varanda que nos dava vista para a rua, o problema para variar era no banheiro, mas desta vez não era sujo, até muito limpo viu, o problema era o chuveiro que não esquentava direito, eventualmente, quando esquentava tínhamos apenas 3 minutos até que a água ficasse gelada novamente.
Roma é uma cidade fantástica, creio que o melhor destino que fui até agora e recebemos nele a presença do Paulo e da Tanira, que vieram de Dublin para passar o aniversário comigo e também claro conhecer Roma.
Roma foi fundada pelos irmãos Rômulo e Remo, que segundo a lenda foram criados por uma loba, sendo assim, a loba é o símbolo da cidade, e deles descenderam todo o império romano que conhecemos dos livros e também dos filmes.
A cidade também é dividida por um rio e ao sul deste rio ficam as ruínas da antiga Roma, creio que poucas cidades no mundo tiveram maior derramamento de sangue do que Roma e aqui respira-se história, mas esta de outra época, uma época muito longínqua.
Logo na saída da estação “collosseo” encontramos algo gigante mais ou menos do tamanho do estádio do Morumbi, só que dois mil anos mais velho, porém não conheci ele internamente, não ainda.
Encontramos com nossos amigos no domingo e fomos para o Vaticano. Ao entrarmos na cidade e vermos a praça São Pedro, que em uma de suas extremidades, encontramos a famosa janela do papa sobre a Basílica de São Pedro, não tem como não se emocionar. Pegamos uma fila enorme e ao entramos na basílica não consegui me conter e entendi ali o motivo pelo qual rezei todos os dias da minha vida nos últimos 26 anos, um lugar mágico onde realmente se sente a presença de Deus um lugar sagrado, fomentado por diversos turistas que sem o menor respeito, entram em uma casa e nem se quer cumprimentam seu dono, apenas disparam flashs e vão embora, de que vale a fotografia de uma igreja se você esquecer seu coração do lado de fora¿ Assisti a missa, comunguei e fomos até o sepulcro papal. Lá estão enterrados todos ou pelo menos a maioria dos papas, muitos caixões com ornamentos, símbolos, esculturas e uma placa que dizia o que fez durante seu regime papal, quando de repente avisto um amontoado de pessoas sobre uma cova, está é simples apenas fechada com o mármore da mesma cor do chão, diversas cartas e apenas um nome, sem fotos, sem bibelôs, sem placa dizendo seus atos, e este nome era João Paulo II, o primeiro Papa não italiano dos últimos 400 anos, o Papa que pediu perdão ao mundo pela época da inquisição, o papa que teve e pregou o respeito a outras religiões, o papa que construiu, pois o bem constrói e o mal destrói. Mas foi em outra cova que me emocionei, esta possuía todos os pisos trabalhados e um altarzinhos para que os fiéis pudessem fazer suas preces, este era Pedro, o apóstolo que Cristo confiou e apóstolo que cortou a orelha de um soldado romano e logo após negou Cristo três vezes, porém anos mais tarde em seu martírio pediu para que fosse crucificado de ponta-cabeça, pois se o mestre dele foi crucificado ele não era digno de ser da mesma forma. E ali, a uma parede de distância, entendi mais do que nunca, que minha fé não é em vão.
Espero que um dia, apenas por um dia, todos consigam sentir o que eu senti naquele momento e espero que um dia, apenas por um dia, você consiga transmitir o que sentiu, pois foi isto que Cristo fez, afinal, dê a César o que é de César e ao Pai o que é do Pai.

Um comentário:

Regina disse...

Meu filho...
Não tem como não se emocionar...

Estou muito feliz, por perceber este amor infinito que você sente por Deus e Ele deve estar mais feliz ainda, por ter um filho como você.

Que o Senhor continue te abençoando.

Beijos