quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Anjos do Céu

Em janeiro de 2005 fui a uma exposição gráfica na Alemanha, mais precisamente em Munich, capital do estado da Bavária. Ficamos o dia inteiro em Poing um distrito industrial onde a Océ, fabricava seus materiais (Océ é uma marca de impressoras de grande porte). Depois de escurecer, resolvemos ir até o centro da cidade, para conhecer melhor a cultura local e claro jantarmos.
Uma das coisas que mais me chamou atenção em Munich são as marcas da guerra, ou melhor da pós guerra, pois tão traumático como o terceiro reish foi dividir o país ao meio. Porém admirável, pois em 60 anos a Alemanha já voltava à ser uma potência no cenário mundial, e atualmente o Euro só tem a força que tem devido a Alemanha e a França.
No caminho de ida para o Hotel, eu ouvi o pessoal conversando que o Holliday Inn era próximo do metrô U3, caso acontecesse alguma coisa nós já saberíamos para onde correr. O local de encontro foi em frente ao carro, no estacionamento subterrâneo às 21h45. Nós nos separamos logo no início onde cada um foi comprar o que lhe interessava, e eu estava doido por uma máquina digital.
Fui até a loja O2 que é uma espécie de Lojas Americanas da Alemanha, e procurei o melhor custo benefício, o atendente, falava muito bem inglês e estava me ajudando, com o que fosse possível. Seu nome era Lehman (fala-se Liman) e ao ver que ele gostava de rocky comecei a puxar assunto com ele, até para treinar seu inglês, porque não é todo mundo que tem paciência para falar com um semi-analfabeto. O tempo passa e quando dou por mim, 21h20, pronto me despedi correndo e fui até o ponto de encontro, na rua fazia -14 graus e eu estava com a boca dormente, dando a impressão que eu havia acabado de sair do dentista. Minha calça encostava gelada a cada passo, e meus pés eu já não sentia mais.
Ao entrar no estacionamento subterraneo meu nariz começou a sangrar, devido ao ar seco, é estranho, mas lá o ar é seco e gelado. Sentei-me na frente do carro e fiquei aguardando, conforme o vento entrava por uma saída e ia até a outra eu congelava, meu nariz começou a jorrar sangue nesta hora. O tempo passou era 22h40 e pensei que eles não iriam vir mais, levantei-me e percebi que estava na frente do carro errado, eles já haviam ido embora e eu ainda estava lá.
Não fiquei desesperado e fui até o metrô e perguntei, onde eu poderia tomar o trem que iria até a estação U3, ele então me respondeu que U3 não era uma estação e sim uma direção. Subi a escada e perguntei para a moça se ela poderia me dar o intinerário até o endereço que eu tinha, e ela prontamente me deu. Só tem um probleminha, tudo em alemão. Eu então comecei a procurar palavra por palavra pra saber se era um artigo, um substantivo ou o que quer que seja, para que eu encontrasse o nome da estação que tinha que descer. Até que um senhor se aproximou de mim e perguntou em inglês: -Posso te ajudar? – Claro!
Então ele leu a carta pra mim e disse para eu pegar o trem na plataforma amarela. Passado alguns minutos o trem chegou e eu entrei no mesmo. Porém a estação que veio a seguir não era a “mahetaller” como deveria ser, então eu pedi ajuda a uma menina que me disse para voltar a estação que eu estava, e esperar o trem S8, aí reparei que na mesma plataforma passam diversos sentidos de trem, não é como no Brasil que um vai para a Zona Sul e outro pra Zona Norte. Achei a estação mas ainda tinha muita coisa escrita em meu intinerário, chegando na estação que eu deveria descer, sairam apenas um casal com um bebê de colo e eu. Que olhei para um lado e vi neve, olhei para o outro e vi neve também, aí o rapaz virou para trás e perguntou:
- Can I help you? (posso te ajudar)
- Yes you can! (sim, pode)
Ele leu o intinerário, apontou para um onibus e disse para eu correr, pois ele estava apenas me esperando. Corri, de fato corri muito atras do ônibus, chegando no ponto entrei, sentei-me e dei o papel todo molhado para o motorista ler, ele não falava inglês mas eu consegui compreender que ele não conhecia o local. Puts, pensei agora Fu... de vez! Sentei no ônibus e o motorista pediu informação para a central, o rádio da central estava alto e só conseguia entender uma coisa que eles falavam: -Naim, nain, naim! (não, não, não) Nesta hora me bateu uma angústia e comecei a chorar, rezei muito pedi ajuda a Deus, como eu podia ficar perdido em uma exposição, neste frio e eu com roupas do inverno de São Paulo, que nem se compara ao inverno europeu! Eu fiquei imaginando onde eu iria dormir? Será que encontraria o Hotel, ou ao menos um lugar quente para dormir? O ônibus foi enchendo, e eu ia perdendo minhas esperanças, quando um casal levantou e apontou à direita, falando:
- Holliday Inn, apfelstrudel volkswagen hoist!
O motorista respondeu:
-Apfelstrudelvolkswagen hoist brazilianer!
Nisto o casal virou para trás e falou:
-Você é brasileiro?
-Sim!
-De onde você é?
- De São Paulo, mas eu moro no Rio.
- Que legal, eu sou do Rio e ele é de São Paulo. Vamos, nosso ponto é o próximo. Seu Hotel fica ao lado de nosso apartamento.
Nossa eu não sabia o que fazer, o relógio já apontava 23h40 e eu perdido na rua, sendo que o ônibus e metrô param de circular às 00h, naquele momento senti algo estranho, espero que você já tenha tido está impressão, mas senti que o mundo girava pra mim, que era só eu pedir com fé que ele enviaria os anjos dele para me resgatar e me deixar na porta de casa. Ao me deixarem na porta do Hotel eu falei:
-Não sei nem como agradecer! Aliás eu acho que não tenho. Porque vocês são pagos para isto.
-Pois para mim, eu vou entrar por aquela porta e vocês abriram as asas e saíram voando.
É impossível eu contar esta história sem me emocionar, analizando friamente os fatos, na Alemanha não há tantos brasileiros como nos Estador Unidos por exemplo, a Alemanha é muito fechada, inflexível á migração, tanto é que todo o tempo que eu fiquei na Alemanha esta foi a única vez que encontrei brasileiros. Não para mim, eles não existem, ou melhor existem para mim.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Tesouros

Ao contrário do que muita gente deve estar imaginando, este texto, não retrata minha empresa, de fato a Tesouro também é muito especial em minha vida, porém é apenas mais um tesouro (com o perdão da repetição). Este, talvez mude um pouco o clima que vocês devam estar habituados a ler no site, mas prometo que não será em forma definitiva, o por quê? Simples este é meu último texto no Brasil, a próxima vez que postar algo no blog será em solo irlandês. Medo? Posso dizer que tenho sim, afinal de contas, não tenho fluência no idioma, não conheço ninguém no país e também nem sei ao certo se passarei pelo meu primeiro desafio: O visto.
Gostaria de não citar nomes, pois tenho medo de cometer alguma injustiça ao não dar ênfase em determinado nome, mas de maneira especial gostaria de agradecer aos Lopes, os que tenham a cadência napolitana, como os Cantieri, os que sejam paulistanos puros, como os Marinho (que infelizmente optaram por retirar o Lopes de seu nome), os que tenham raízes conturbadas como os Lima e não poderia esquecer neste momento os Lopes do Carmo, os legítimos. Sinônimo de trabalho, luta e inteligência. Tia Geise, em momento algum fique com vergonha de falar o “do Carmo” de seu sobrenome, honre-o, pois eu gostaria muito de tê-lo. A todos de minha família deixo aqui meus humildes agradecimentos.
Rio, um lugar que realmente não curto, mas consegui neste, cultivar várias, amizades e aprendi muito com o pessoal. A loja que tenho carinho especial, trato-a como minha vida, pois a própria loja possui, e é dentro deste amontoado de pedras unidas com gordura de baleia, que reside o espírito dela. Por favor, agasalhem bem ela, para que a friagem não a derrube, mantenha um bom fluxo, entre os vasos sanguíneos, para que não falte oxigênio em nenhum membro. Márcio e Regina cuidem de sua cabeça, para que a enxaqueca nunca a derrube.
A minha pequena, deixo uma lembrança. Quando temos Deus, nunca estamos sozinho, eu aprendi isto desde o dia em que fui salvo na Alemanha, pelos meus anjos. Não acredita em anjo? A próxima história então será pra você. Apegue-se em Deus, reze, ore, seja lá o que for, mas sempre mantenha o contato com Ele. Afinal de contas é seu Pai, quer você queira, quer não. Sentirei muito sua falta, mas estarei o mais presente possível, contarei minhas aventuras e dificuldades.
Meu irmão e minha mãe. Sei que não sou digno nem ao menos de repetir estas palavras, mas sobre o assunto que vocês têm falado individualmente à mim, é bem cabível.
MULHER EIS AÍ SEU FILHO. FILHO EIS AÍ SUA MÃE.
Cuidem um do outro.
Com muito carinho,
Pool

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A popóca francesa


Saímos para jantar: Giby, Li, minha namorada e eu. Minha acompanhante tinha um sério problema de se manter de pé. A propósito as botas que ela usa devem ter rodinhas, não é possível. Onde ela ia ela caia, até pensei em comprar joelheiras e cotoveleiras para ela, mas não ficaria muito charmoso, então comprei uma caixa de band-aid mesmo.
Dizem que a pizza vem da Itália, pois bem, segundo relatos do wikipédia também. Mas meu primo suíço disse que a pizza realmente havia sido produzida na França. Pesquisando melhor o assunto vemos que a pizza é algo muito antigo, os egípcios e gregos já degustavam a maior fonte de energia e de barriga dos paulistanos e nova-iorquinos, mas segundo o mito, foram os italianos que introduziram tomate e trataram o pão árabe de forma diferente, misturando com queijo e outros ingredientes. Bem neste caso o que o meu primo disse, até tem fundamento e realmente acredito nesta grande possibilidade. Estávamos nos Alpes franceses, uma região fabulosa, linda de mais, onde cada lugar que você olha é um cenário que se eterniza em sua mente e bem na fronteira com a Itália. Opa! Itália, pizza, fronteira. Quem sabe a lenda não errou alguns quilômetros? Pouco importa, mas decidimos experimentar a pizza local.
Depois de certa dificuldade para interpretar os ingredientes, (uma dica válida: Jambon é presunto) finalmente conseguimos pedir o prato. A minha pizza era com ovo, até aí tudo bem, o problema é que o ovo era cru, e estava quebrado sob minha pizza. Irq!!! Mas resolvi experimentar, afinal de contas eram os olhos da cara para um brasileiro e até que era bom, depois de um tempo o ovo deixa de ser cru, porque mistura com os outros ingredientes que ainda estão quentes.
Minha digníssima pequena resolveu ir ao banheiro. Passado um tempo e nós já tínhamos, até pedido a sobremesa e nem sinal da minha namorada. Nisso foi me dando vontade de ir ao banheiro, chegando ao local havia duas portas com flores desenhadas, uma escrito Homme e a do canto escrito Femme, no banheiro dos homens estava uma fila, um rapaz rindo, eu e mais dois que chegaram logo depois de mim. Achei aquilo muito estranho, e pensei nossa este rapaz deve estar com uma dor de barriga sem tamanho. Passado uns cinco minutos, ouço a descarga, a porta se abre lentamente, olho não querendo acreditar e vejo a minha namorada segurando uma fila sem tamanho. Ela me olhou e só aí reparou que estava no banheiro masculino. (Será que ela não viu um mictório ao lado dela?) Ela começou a chorar e começou a me contar o que aconteceu:
- Eu não acredito, vim pra França pra passar um mico destes.
- Calma, ninguém vai saber (à não ser que seu namorado filho da puta resolva colocar no blog)
- Ai nossa. Eu vi duas portas mas tem esta florzinha aqui. Aí eu entrei.
- Você não reparou que o restaurante inteiro é decorado com florzinhas? E você não leu esta palavra “Homme”?
- Não! O pior é que eu estava lá e esqueci de passar o trinco, aí este moço já foi entrando e viu tudo minha popóca! Ai não acredito, vim pra França pra mostrar a popóca pros outros. Desculpa Du. (a propósito, Du também é um pseudonome meu)
- Tudo bem, poderia ser pior, já imaginou se você estivesse em Irajá?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Água no Nariz

Como falei no texto anterior muitos costumes diferentes dos nossos cercam a Suíça, desde o hábito de urinar sentado (sendo homem) até o vício de comer coisas altamente gordurosas no café da manhã. Pelo incrível que pareça comer lingüiça e bacon no café, é um hábito inglês que foi passado para toda a Europa e também aos Estados Unidos. Devo admitir que depois de 3 semanas na Europa até me arrisquei em comer uma linguiçinha, mas na maioria das vezes dava preferência ao bom e velho Corn flakes.
Meus tios e eu estávamos nas nuvens, tudo pra gente era motivo de uma fotografia, tanto que meu álbum voltou com 396 fotos, (o problema é que naquela época a câmera digital era muito cara então eu tive que revelar do modo convencional mesmo) tirei foto até eu com a lixeira, afinal de contas, era uma lixeira suíça.
Uma coisa que me chamou muito a atenção, todos os brasileiros que eu conheci na Suíça eram mulheres, ou seja, brasileiras, não conheci nenhum casal na Suíça cuja o homem fosse brasileiro e a mulher suíça. De fato os gringos gostam mesmo de nossas mulheres, ou as mulheres suíças não gostam muito da coisa. Mesmo assim vamos ao que interessa. O banheiro!!!
Chegamos do aeroporto e recebemos uma aula de utensílios domésticos na Suíça, como usar a tábua de passar, como lavar a roupa, como apagar a luz e etc. Mas foi no banheiro que causou o maior espanto. Ao usá-lo para fazer o número dois, depois de terminado, acionasse a descarga (ainda sentado) esta leva o ... vamos chamar de “excremento” para seu devido lugar, eis que surge do nada um jato quente na sua ... vamos chamar de “bunda” e este retira a sujeira e ainda depois tem um secador de bunda integrado. É pratico, porém a primeira vez. Realmente a gente nunca esquece.
Todos haviam saído para ir ao supermercado, apenas meu tio e eu ficamos em casa, estava jogando videogame quando reparei ele com as costas toda molhada e eu perguntei: - Tio o que é isto? Você esqueceu de tirar a camisa para tomar banho?
- Não Paulinho, eu sentei um pouco pra frente, e na hora que apareceu o jato molhou tudo as minhas costas.
Tudo voltou a normalidade e eu voltei ao meu joguinho, passado uns 15 minutos do ocorrido, ouço um barulho estranho. Nisto a porta do banheiro se abre e sai meu tio com a cara toda molhada.
- Nossa tio! O que é isto? Tudo bem?
Ele começou a rir e disse:
- Eu queria ver como aquele treco funcionava.
- E aí descobriu?
- Não, na hora a descarga desceu e veio um negócio bem na minha cara.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sorriso de Monaliza

Em 2002 minha prima que mora na Suíça fez um convite especial, ir a casa dela. No começo achei que estava atrapalhando, pois estavam indo o irmão dela e seus pais. Agora um primo? Nada a ver né? Bom não foi bem assim. Minha família é muito unida e esta viagem fez com que eu pegasse um carinho especial pelos meus tios e meus primos. Eu já havia saído do país uma vez, e para eles eu era o experiente em viagens, até porque eu sabia falar “ingrês” e já tinha viajado até os Estados Unidos. O problema é que, quando fui aos Estados Unidos eu tinha 17 anos e fui para a Disney, ou seja, falei em português.
O Nível do inglês é basicamente separados por filmes: Tem o nível horror, que pra te ouvir dá medo! O nível drama, dá uma vontade de chorar! O nível comédia, todos dão gargalhadas quando você fala e o nível ação, este você fala rápido, pra ninguém reparar que você não sabe falar direito. Já eu, estava em um nível alternativo, o filme pornô. Tudo que eu sabia dizer era: -O, yes, o, yes, fuck. Estas eram as palavras que tinha em meu vocabulário e era com elas que eu deveria passar pelo controle alfandegário da Suíça. Resumindo, estava lascado.
Pisando pela primeira vez em solo, no aeroporto de Zurich, meus tios estavam super-ansiosos para rever sua filha e claro conhecer uma nova cultura. Eu não conseguia me conter de empolgação. Dizem que conhecer a Suíça é conhecer a Europa toda, pois um único país, do tamanho do estado de São Paulo fala quatro línguas, com vários costumes e etc. Na Suíça aprendemos a respeitar as diferenças, pois cada cidade é competamente diferente e isto inclui até mesmo habitos alimentares.
Conforme fomos aproximando do guichê de entrada, o frio ia tomando conta de meu corpo. Quando eu era o próximo eu nunca havia suado tanto. A capacidade dos pais matar a saudade de sua filha, estava em minhas mãos, e eles ainda afirmavam.
– Não tem problema não, o Paulinho fala inglês! Nossa aquilo me corroia. Como eu iria falar pro rapaz que eu não iria morar lá ilegalmente, e convencê-lo que era uma boa pessoa se nem ao menos falar inglês? O policial me chamou, abriu meu passaporte, olhou o visto dos Estados Unidos e começou a falar inglês comigo. Eu só me lembro que era tom de pergunta, então eu sorri sem mostrar os dentes e inclinei minha cabeça para o lado. Como quem diz. O que você acha? Ele olhou e disse. - I understand. Em seguida outra pergunta, pensei se deu certo uma vez deve dar novamente. Utilizei o mesmo artifício. – I understand. They are your family? Yes! Welcome to Switzerland! Pronto consegui!!! Santo Leonardo da Vinci.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Estórias Européias

Como viajo dia 29 de janeiro, para Dublin, mas quero manter meus leitores, estou escrevendo algumas histórias de aventuras e micos meus na Europa. Dá uma olhada!!!
Em 2006 fui participar de um evento gráfico em Munique, Alemanha. Fiquei quatro dias no evento, passeando, curtindo, me perdendo e escrevendo claro. Na hora de voltar para o Brasil, pensei: - Já que estou aqui, vou dar uma passadinha na Suíça e falar com a Li. Pois bem, não demorei nem um pouco e troquei minha passagem. Me despedindo do pessoal peguei um avião para Zurich, foi fantástico, o que eu gosto de viajar não é ficar de “turistão” com máquina fotográfica na mão e sim conhecer o cotidiano da cidade, entender sua economia, o que move o país, onde eles trabalham, qual o centro da cidade, se é dependente de outra cidade e etc. E isto em Zurich é apaixonante, talvez uma das melhores cidades do mundo. Bom ainda tenho muitas a conhecer, mas o que posso dizer nestas duas semanas que fiquei em Zurich, se resume à uma palavra: “EDUCAÇÂO”, eu fiquei indignado quando a garçonete foi nos atender e perguntou em inglês: -Que língua vocês gostariam de ser atendidos? Eu quase falei: “-Você fala português?” Mas claro me segurei e calei a minha boca. A ênfase no atendimento é ótima na Europa toda, mas em especial na Suíça, é demais. Todos se preocupam muito com o próximo, mas muitos costumes eu estranhei e muito. Não pode tomar banho depois da dez da noite. Justificativa? Pra não atrapalhar o vizinho de baixo. Imagina então se você tem uma banda de rock. Como fica? Urinar sentado, mesmo sendo “homem”. Justificativa? Para que o próximo a utilizar o banheiro não encontre respingos e dejetos fora do lugar. Este eu até acho aceitável, realmente seria muito melhor, o problema é que iríamos demorar mó cara para ir ao banheiro no dia a dia.
Depois de todos estes acontecimentos e passeios chegou a hora de voltar para o Brasil. Meu vôo tinha escala em Frankfurt na Alemanha, então fui ao Flughafen (aeroporto) de Zurich e me dirigi até Frankfurt. Só que meu vôo de Frankfurt para São Paulo havia atrasado. E não tinha quadro com a numeração dos vôos no local que eu aguardava para fazer a conexão, ou seja, estava ferrado. Sentei-me calmamente na cadeira e aguardei. Depois de um tempo a moça anunciou no alto-falante algo do tipo: - apfelstrudelvolkswagen zeiz hoestch!!! Todos começaram a levantar e formar fila e claro eu também. Fui ao fim da fila e ao chegar para dar minha passagem, fui informado que aquele não era meu vôo. Aí voltei e sentei na cadeira novamente. Mais ou menos uns quinze minutos depois a moça do alto-falante anunciou outra coisa: apfelstrudelvolkswagen zeiz hoestch! E todos levantaram, inclusive eu. Mais uma vez na fila e ao chegar a moça me falou que não era meu vôo novamente. Mas agora foi pior, porque ao voltar para sentar na minha cadeira a mesma já estava ocupada. Fiquei de pé, por pelo menos uma hora e assim que consegui me sentar a moça de tanto eu ir lá dar a passagem errada, decorou meu vôo. Finalmente era o meu.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Falando e pesquisando

Algumas dicas que me ajudaram muito a escolher um país. Primeiro, seja prático, esta história de “Você aprende o idioma lá” é pura mentira, se você quer aprender o idioma, tem que sair com uma base daqui do Brasil, e não importa o quanto você fala inglês, seu nível é no máximo intermediário. Presunçoso? Talvez, mas olhe o exemplo, seria errado eu dizer que falo português fluente, até por que possuo muitos erros de pontuação e uso correto dos “porqueres” e olha que eu falo português a nada mais nada menos que vinte e cinco anos, portanto, se você não tiver convívio diário com a língua, não pode afirmar que possui o idioma fluente. Só para constar o por que acima, deveria ser junto. Só não me pergunte o porquê. Eu adoro a França, porém meu vocabulário se resume a: abajur e soutien, portanto escolhi um país de língua inglesa.
Outro tópico muito importante veja a cultura do povo, seus hábitos alimentares, esportes favoritos, como é o tratamento formal e informal, assim você evita desconfortos de sair dando beijos no rosto da mulherada na Inglaterra por exemplo. Agora algo fundamental, o Au pair, nem sei se escreve desta forma mesmo, você pega uma intimidade maior com a família que te hospedou, porém é indicado para mulheres, pois é o serviço de baby sitter. Para homens é legal trabalhar em cassino e etc. Na Irlanda os salários variam de E$ 6,00 à E$ 10,00 por hora, levando em conta 80 horas mensais trabalhadas, dá um valor de E$ 480,00 à E$ 800,00. (este sinal de E$ é Euro, é que no meu teclado eu não achei) para calcular o custo de vida de determinado país é bom analisar alguns detalhes, como: passagem de translado, o valor do ônibus, do táxi, do metrô. Custo da refeição, o preço do Mc Donald’s dá uma boa noção no valor. O custo de moradia, entre em um site de imóveis local e estude muito antes de decidir qualquer coisa. Abaixo segue alguns sites, que tem me ajudado muito: irishjobs.ie; daft.ie e claro google.ie. Eu particularmente encontrei emprego, na goldenpages.ie, entrei no ramo de copiadoras e enviei meu currículo por e-mail. Sim sorte!!! Muita sorte!!!