segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O Gigante


Esta semana recebi em minha casa meu amigo do Rio de Janeiro, Marcelo. Este ainda está deslocado, perante as tantas mudanças, culturais, climáticas e comportamentais.
Durante um passeio ao centro de Dublin, nos encontramos com a Fernanda, uma menina bem alto astral, mas que estava meio sumida de nosso cotidiano. Esta nos comentou que precisava de mais três pessoas para fechar um carro e ir a Belfast, capital da Irlanda do Norte, o valor era convidativo, e as três vagas ela conseguiu antes mesmo que pudesse terminar sua frase.
Nos organizamos para nos encontrar no sábado de manhã às 7h e este foi quase seguido a risca. O veiculo que viajaríamos seria uma “van” da Mercedes Benz, muito espaçosa por sinal.
Belfast na Irlanda do Norte é a cidade que mais sofreu com o conflito entre protestantes e católicos, sendo muito interessante conhecer, até porque temos apenas o ponto de vista dos Irlandeses do Sul e não sabemos como pensa os seus irmãos Irlandeses do Norte. Estes por sua vez pintam a idéia que o I.R.A (Irish republican Army) era um grupo terrorista católico, que atacava sem dó nem piedade civis. Claro que não é bem assim.
Eu sempre pensei que os Irlandeses do Norte não gostavam de ser representantes da Grã-bretanha, pois eles foram a moeda de troca que a Irlanda do Sul conseguiu por sua independência, mas não foi isso que vi assim que cruzei a fronteira.
Bandeiras da Grã-Bretanha por todos os lados, creio eu que até de forma cansativa, e claramente a Irlanda do Norte é a fazenda da Inglaterra, pois o solo irlandês é o mais fértil da Europa e o cheiro de estrume toma conta dos arredores de Belfast.
O que uma cidade precisa ter para ser considerado uma cidade? Pois bem, no Brasil qualquer cidade que se preze tem uma praça, um coreto e uma igreja católica ao meio da praça, mas esta idéia embora muito válida no Brasil, aqui não vale de nada. Não vi igreja alguma o tempo que fiquei em Belfast, as que vi, eram protestantes, assim como não vejo muitas igrejas protestantes aqui em Dublin (Protestante não tem nada a ver com o popular evangélico brasileiro que fique bem claro, eles não se dedicam a religião e em verdade não vão muito aos cultos e etc. creio que deva ter o protestante praticante e o não-praticante assim como alguns falsos católicos cismam em se rotular) Mas certamente há, eu apenas não as vi.
Eu imaginava que o conflito entre a separação da ilha fosse algo recente, mas este conflito já dura anos, sendo que por diversas vezes os irlandeses tentavam sua independência, um dos muros havia uma frase muito forte pra não dizer ofensiva contra o catolicismo de Robson Crusoé em mil seiscentos e lá vai fumaça. Muitas pinturas nas paredes sobre o conflito, e certamente estava pisando em um solo regado á muitos anos com sangue.
Depois deste baque cultural e histórico, onde você se encontra com cenários que você via no domingo a noite no fantástico, não há muito tempo atrás, fomos a um lugar mágico, algo tão grandioso como a história de Belfast, algo digno de Irlanda, trata-se dos Giants Cause Way.
Várias rochas parecem ser esculpidas a mão em forma de colméia, uma se encaixando perfeitamente a outra. Algo maravilhoso assim infelizmente só conseguirei te mostrar por foto, mas espero que um dia você tenha a oportunidade de tocá-la, de sentar em seu topo e ficar admirando o pôr-do-sol.
Diz à lenda que um Gigante construiu o caminho e cravou as rochas no chão, próximo a sua casa e também próximo ao mar, e por sua fama se espalhar por toda ilha, um outro Gigante veio querer derrotá-lo para ficar com sua fama, ao saber da notícia o Gigante Cause Way, fingiu estar dormindo e passou determinadas instruções à sua esposa. Ao chegar à casa do Gigante o outro perguntou sobre o Gigante de Cause Way, sua esposa disse: - Ele saiu para caçar. Aquele que está dormindo é o filho dele!
O Gigante vendo o tamanho do suposto filho ficou com medo e saiu às pressas antes que seu pai voltasse da caçada.
Sem nenhum propósito a lenda do Gigante de Cause Way, se encaixa perfeitamente com a história do conflito onde o I.R.A saiu vitorioso, a Irlanda não conseguia recrutar um exército para combater a Inglaterra, e seus soltados eram em sua maioria estudantes, católicos que sonhavam com a independência, então suas ações eram classificadas como atos de terrorismo, mas foi uma luta inteligente, talvez uma das mais difíceis que a Inglaterra já se deparou, pois lutava contra um adversário fantasma, lutava contra um espírito, o espírito dos irlandeses. Portanto não importa o tamanho, precisamos aprender a combater com inteligência e sobre tudo fé em nosso ideal.

5 comentários:

Anônimo disse...

the giant wasnt called cause way,what you went too and sat on was the giant cause way,oh and stop writing about irish history because you keep getting it wrong!!!!

Paulo Eduardo disse...

Pessoal recebi um comentário acima em ingles, e como o texto está em portugues presumo que seja um brasileiro(o google translator não é tão eficaz), portanto estou traduzindo o texto em ingles para que meus leitores entendam.

"O gigante não era chamado "cause way" onde vc foi e sentou foi o gigante cause way, então pare de escrever sobre histórias irlandesas, porque vc continua errando.

Paulo Eduardo disse...

Direito de resposta: Primeiro de tudo acredito que uma crítica tão severa como a que foi feita, onde a idéia da pessoa era me desistimular, não deva ser de maneira anonima, acho isto uma atitude covarde e tão traicoeira quanto uma serpente, que segundo a lenda foi expulsa da ilha por São Patrício(opa outra história irlandesa). Agradeço a crítica, e creio que vc poderia de uma maneira simples apontar uma errata, pois todos nós podemos errar e com certeza voltaria atrás como já fiz em outros posts. Escrevi o que li e o que ouvi, mas caso você não aprove, vc pode simplesmente mudar de blog existem muitos outros que com certeza vc se identificaria mais. Eu me referi como o nome do gigante de "cause way" para facilitar a leitura (eu não tinha o RG dele em mãos).
Este foi criado com a intenção de passar a meus amigos e familiares um pouco da impressão que tenho da Irlanda, e creio que vc não seja nenhum dos dois, eu já mais teria um amigo assim.

Regina disse...

Mandou bem Paulinho,

Deixe os invejosos de lado e siga sua brilhante carreira, você tem TALENTO e isto ninguém te tira.

Beijos

Anônimo disse...
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