Fomos a Galway, novamente este final de semana. Muito sol, passeamos por toda a costa atlântica do condado de Claire, porém com outros amigos, que ainda não conheciam a pequena cidade e em verdade, nem nós mesmos conhecíamos, pois não parava de chover um instante na outra vez. Thiago, Maíra, Murilo, Juliana, Clara e Eu. Pegamos o carro na sexta-feira à noite e devolvemos no domingo. Já estou me acostumando com a mão invertida do trânsito, também já não olho mais com tanta estranheza, o volante do outro lado.
Ficamos em um B&B (Bed and breakfast) muito limpo e bonito também, e uma senhora muito simpática nos recepcionou. Ao ver que nós falávamos inglês, ela perguntou:
- Vocês são da Itália?
- Não somos do Brasil.
Abriu-se um sorriso na face da mulher e esta mudou até mesmo a entonação de voz conosco.
- Desculpe, é que normalmente os brasileiros que conheço não falam inglês, e vocês têm uma pronúncia muito boa. (ta certo que só a Maíra falava com ela, e ela realmente tem um inglês muito bom).
- A menina que limpa aqui também é brasileira (neste momento entendemos porque a casa estava tão limpa).
- Ela mora em Gort, vocês conhecem?
- Não nunca fomos pra lá.
- Gort é uma cidade aqui perto, que um terço da população é brasileira, normalmente eles vem pra trabalhar em frigorífico.
Tivemos curiosidade e resolvemos visitar a cidade. Chegando lá encontramos a loja “Real Brasil” nela os atendentes não falavam inglês, marcas de cerveja brasileira, Guaraná Antarctica, feijão e carnes no corte brasileiro.
Conversamos com alguns moradores, e reparamos que os brasileiros eram metade da população. Não conheci ninguém que falava inglês, em verdade, estes já não eram mais estudantes, todos eram trabalhadores de cidades pobres no Brasil que imigraram, para a Irlanda preferindo viver ilegalmente, porém ganhando o suficiente para viver.
Conversamos com um rapaz, com um português bem arrastado, que nos falou, que a maioria das pessoas que estavam na cidade eram de Anápolis em Goiás, cerca de 1500 brasileiros faziam parte da população de quase 4000 moradores da cidade, este também havia largado pra trás sua filha, que há quatro anos ele não a vê, e senti emoção em suas palavras quando nos contou sua estória.
Isto me fez lembrar de minha própria estória, das pessoas que deixei pra trás, mas em breve, muito em breve reencontrarei, da Tesouro, que é a melhor e mais completa copiadora que já entrei e por falar em copiadora.
Chega ao fim, minha experiência na Prontaprint. Dave, meu chefe resolveu não renovar comigo por mais dois meses, pelo fato do movimento estar fraco, realmente há dias que fico 4 horas lá sem fazer uma encadernação se quer, e entendo o ponto de vista dele. Agora ficarei dois meses mais até começar minha turnê pela Europa, sem emprego. Já mandei alguns currículos, pra não ficar zerado de dinheiro até o dia 4 de outubro, data em que começa minha saga, isto nos dá uma crise de identidade, nunca passei pela experiência de estar desempregado, de ter que entregar currículos na rua, de fazer as contas que normalmente faço pra contabilizar os gastos da Tesouro, para contabilizar minha refeição diária. O que eu aprendi aqui, faculdade nenhuma ensina, o que aprendi em seis meses, pessoas demoram a vida toda pra perceber e outros já nascem sabendo, por isto arregaço as mangas, pego minha pasta e vou a luta, afinal de contas, eu rezo todas as noites para que seja feita a vontade Dele e não a minha, mas eu tenho que fazer a minha parte.
Um comentário:
Essa viagem foi muito bacana mesmo, demos boas risadas, nos divertimos a beça....o eddy esqueceu de apresentar a Meire....a ovelhinha simpática, q está sempre rindo pra gente! :p
Paulinho, Deus escreve certo pot linhas tortas. Vai dar tudo certo...já está dando. ;-)
Bjs
Postar um comentário