quarta-feira, 4 de junho de 2008

Duas rodas e uma lembrança


O trânsito possui mão invertida, isto é, a famosa mão inglesa, desta forma fica muito difícil guiarmos um veículo aqui, até porque se ultrapassa pela direita e todos os nossos reflexos tendem a ir para este lado. O volante do carro fica do lado direito do veículo e para usar o câmbio utiliza-se a mão esquerda, em verdade morro de medo de ir trocar de marcha e acabar abrindo a porta, mas não corro este perigo, até porque o mais próximo que chego de um veículo motorizado é quando pego ônibus, e normalmente não sou o motorista.
Estávamos indo ao centro por Rathmines, quando a Clara reparou uma bicicleta deitada na rua, sem ninguém por perto. Logo pensei: -Bom deve ser de algum destes garotinhos que estão jogando futebol. Porém a Clara me disse: - Vamos pegar a bicicleta? - Imagina, deve ser de algum destes garotinhos! Enquanto acabava de falar me dei conta que todos já haviam entrado e deixaram a bicicleta, para trás. – Du, se nós não pegarmos outra pessoa irá pegar! Analisei os fatos e entendi que tinha razão. Subi na bicicleta “rosa” e sai a pedalar muito rápido imaginando que alguém pudesse me alcançar. Durante o caminho, reparei que a mesma estava com o guidão (guidão, guidon é muito feio) solto e muito provavelmente havia sido abandonada, pois estava muito judiada. Cheguei em casa em apenas 5 minutos, caminho este que demorei vinte minutos a pé. Deste dia em diante comecei a ter que pagar o IPVA irlandês, uma vez que uso a “Penélope” para tudo. Compramos também uma outra bicicleta, menorzinha, afinal de contas a Clara precisa encostar o pé no chão, e eu suei para consegui convencê-la a não levar um velotrol ou uma tonquinha.
Começamos agora a enfrentar um outro problema: A segurança de nossas bicicletas. A grande maioria das bicicletas em utilização na cidade, pertencem a imigrantes, devemos ressaltar também que o número de imigrantes em Dublin é altíssimo, dando espaço para o surgimento de grupos, contra-imigrações ou o que é pior neo-nazistas. As bicicletas são alvos fáceis de grupos de adolescentes revoltados e porque a nossa seria uma exceção?
Andar de bicicleta vale este esforço, fora a praticidade de transporte, pois antes, íamos para o centro em 25 minutos e agora apenas oito, sentimos a sensação que apaixonam os motoqueiros do mundo todo, o vento no rosto, o se sentir livre, até o próximo veículo jogar uma possa de água em você.
O governo estimula o uso das bicicletas, criando muitas ciclovias e fazendo muitos lugares como estacionamento das mesmas. Não tenho este número exato, mas creio que em Dublin exista mais bicicletas em uso diário, do que motos. Muitos bike-boys fazem o setor de entrega, até mesmo na prontaprint.
Por falar em Prontaprint, eu não sei em verdade quando irei embora, mas irei sentir uma falta tremenda dos meus amigos de trabalho, eles me ajudam muito aqui, e já estamos fazendo eventos da empresa. Marquei um futebol, e estamos jogando todo sábado, como a maioria dos jogadores são brasileiros, os irishes já estão aprendendo um monte de palavras em português, tais como: Ladrão, Toca, Aqui, Atrasa, no meio, escanteio, falta, aperta, filho da p.... e assim por diante.
Mas o melhor de tudo isto é, voltar de bicicleta e pensar nas histórias de segunda feira.
Portanto tenho um pedido a fazer. Este final de semana, de uma olhada para sua “magrela” e tire a poeira de cima dela e se rolar o clima, dê uma voltinha. Sua infância irá agradecer, porque é impossível andar sem se lembrar desta fase.

5 comentários:

Anônimo disse...

Se o sucesso não tivesse um custo, todo mundo seria um sucesso. Se as conquistas não tivessem um custo, todos seríamos conquistadores. Se a felicidade não exigisse dedicação, ela perderia o sentido. Temos a tendência de pensar em grandes conquistas levando em conta apenas o resultado final. Mas geralmente isso é só uma gota. A conquista mesmo está no fazer, no esforço, na dedicação, no custo exigido. Ter uma vida de sucessos não significa acumular troféus e prêmios, mas sim estar disposto a comprometer-se com o custo que esse sucesso exige.
Ser um sucesso exige esforço, dedicação, disciplina, foco, paixão, e muitas outras qualidades que não podem ser guardadas num armazém - mas que devem ser exercitadas em todos os momentos. No preço que você paga está o valor que você procura.
E para mim vc é um GRANDE sucesso. Um enorme beijo, e estou com muitas saudades.
Amiga Sú!

Paulo Eduardo disse...

Oi Su! muito obrigado pelas palavras. Quando li reparei que eu nao guardo todos estes verbos dentro de um armazem. Guardo dentro de um Tesouro.
Um hiper beijo pra vc tb.

Unknown disse...

Nossa andar de bicicleta aqui é realmente muito bom, o vento (geralmente gelado) no rosto, é uma delicia.
Agora estou trabalhando num shopping de manhã, e é longe da minha casa, fica complicado ir de bike, tenho q ir de Luas (tipo um metrô). Ontem não usei a bike pq nao fui a escola, mas q falta senti...Fiquei tão inquieta, que inventei algo pra comprar, fui no mercadinho aqui perto de bike, obvio, só pra não perder o habito, e sentir o tal vento no rosto...E olha que estava bem frio e chovendo.
Peguei um carinho muito grande por ela, todas as vezes que a estaciono em algum lugar, olho pra ela de novo, para q quando voltar, ela esteja lá no mesmo lugar, pq o roubo de bicicletas aqui é mesmo muito comum, todo mundo conhece mais de três pessoas q já tiveram a sua bike roubada. E a minha ta novinha...Eu coloco dois cadeados, e 1 deles prendendo as rodas, pq tem uns que levam a roda, e deixam o aro lá. O que mais de indigna são os moleques que não roubam, mas que destroem bikes na rua, eles simplesmente chutam, e amassam toda. O roubo ate tem uma razão de ser...Mas só destruir...Eu nao consigo entender.
A bike do pool é rosa, como ele falou, e chama-se Penélope...Agora eu não sei um nome pra colocar na minha...Ela é preta e prata (a gente preferiu assim, pq quando formos embora é mais fácil de vendê-la).
ESTOU ACEITANDO SUGESTÕES PARA BATIZÁ-LA.

Bjus a todos.

Paulo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo disse...

caramba deve ser dificil para gente dirigir ai o cerebro ja ta acostumado.....
gostei muito desse post.
fiquei rindo aqui em casa imaginando vindo aquele onibus jogando agua em vcs kkkk...
que não passa por isso em são paulo as pessoas são mais maldosas do q aki no rio....tomei mais banho lá do q aki...ah mas tbm eu so moro aki 2 anos...
mas e um fato chato mas não tem preço engraçado
paulinho se cuida ai to com saudade volta logo...rsrs
clara abração se cuida tbm