sexta-feira, 21 de março de 2008

O quadro da sala

Eu não conheço muitos países pelo mundo, mas se me perguntassem: Qual era o mais bonito? Certamente diria a Suíça. Eu sei que não tenho nem chance de tirar visto de outro país, mas mesmo assim, considero a Suíça como minha segunda pátria, mesmo que eu não consiga falar nenhuma de suas línguas oficiais (69% fala alemão, 16% frances, 12% italiano, 3% romanesco) me sinto muito bem, quando estou aqui, talvez reflexo do tratamento que recebo das pessoas que tenho contato.
A passagem de Dublin para Basel, foi um preço muito, bom, porém tem que ter disponibilidade de horário, no caso, consegui um acordo com o meu trabalho para ficar 3 dias a mais aqui, e o preço do ticket foi para €60,00 ida e volta, pra se ter como base de comparação uma passagem de Dart aqui (similar a um metrô) custa €5,00 ida e volta.
Hoje está nevando, algo que jurava ser efeitos especiais de filmes, realmente existe, aqui aprendi uma outra coisa: Para se ter um dia lindo, não necessariamente devemos ter sol. Em meu horizonte, a imagem que vejo são de casinhas de um antigo ferro-modelismo, cobertas com neve em seu telhado e lá adiante vejo a linha do trem, cruzando as montanhas. Sem querer relembro minha infância em um quadro da minha Vó na rua Conselheiro Furtado, e familiarizo o quadro com a minha visão atual. Bate uma saudade! Mas não de voltar e etc. Tenho saudade da minha antiga família, dos almoços no Lazzarella regados por muita música italiana, creio que foi a última vez que ouvi o “Ia mo, Ia mo, go coia coia, fuli culi, fuli colá, fuli coli, fuli colá, Ia mo, Ia mo, Iá, fuli coli, fuli colá” ou seja lá qual for a letra da música, mas para um garoto de 9 anos era assim com certeza. De meus dois irmãos brincando na parte superior da mesa, sem a interferência de ninguém, em nossa felicidade, do tempo que meu pai ficava olhando o preço do prato antes de pedir. Ai se minha vó estivesse aqui, ela nunca deixaria acontecer o que aconteceu, bastaria apenas um puxão de orelha e pronto. E definitivamente, eu me recuso a acreditar que este NÃO FOI UM TEMPO FELIZ. Portanto, saudade? Eu sei que este tempo jamais voltará. Cabe a mim, apenas construir minha família, como “era” dos meus país.


Me perdoe por eventuais erros de português, talvez eu não consiga me expressar gramaticalmente, mas sinceramente não me importo, apenas me esforço para que você sinta o que estou sentindo agora.

4 comentários:

Anônimo disse...

sem comentários, vc falou tudo

Anônimo disse...

Paulo, eu nao te conheco pessoalmente. Apenas pelo passoirlandes, mas dah pra ver que vc eh mto sencivel. continue assim

Anônimo disse...

Filho, fico mto feliz em ler seus textos e perceber enorme sensibilidade.
Vc sente "a tal felicidade", nos gestos mais simples, como um "almoço de domingo em família".
Felicidade está dentro de nós, irradie sempre esta que vc possui, onde quer que esteja.
Toda FELICIDADE do Universo pra ti.
Continuo te amando muito.
(sua Mãe)

Anônimo disse...

Quero informar que o primeiro comentário não fui eu que postei,
embora concorde plenamente.
Beijos