terça-feira, 18 de novembro de 2008

No meio da cruz

Já estive em Zurich algumas vezes, porém, cada vez de forma diferente, muito diferente da outra.
Chegamos à cidade de trem, preferimos passar 12 horas dentro da locomotiva a ter que ficar se preocupando com peso de bagagem e com o stress do aeroporto. Uma das grandes vantagens ao chegar de trem é que ao desembarcar nós já estamos no centro da cidade sendo assim o tempo até achar a acomodação é menor, mas neste caso, nossa acomodação era cinco estrelas, pois estávamos em uma casa de família e o que é melhor, da minha família. Já fazia um tempo que eu não sentia cheiro de amaciante, que usava uma toalha real sem ser toalha de camping ou papel toalha, mas foi na cozinha que tivemos nossa forra, pois apreciamos um belo e farto prato de, arroz, feijão e frango.
O Gilbert e a Elisandra são pessoas fantásticas, eles me incentivam bastante com relação a minha profissão e também em aspectos pessoais, sinto que a Elisandra tem muita saudade da sua família, mas realmente já é uma cidadã suíça, não só pelo passaporte, mas também nos trejeitos do dia-a-dia.
Como nós já estamos safos em viagens, resolvemos pegar um dia para fazermos um “tour free-yourself” pelo centro da cidade, este local é magnífico, pois o contraste do avançado com o contemporâneo, nos convida a ficar alguns instantes sentados em um banco, apenas olhando o desenrolar da cidade.
A Banhof strasse, ou a rua da estação de trem em português, no centro de Zurich, é a mais movimentada rua da cidade em trafego pedestre, esta rua é repleta de lojas de todos os tipos de grifes em seu térreo, tais como, Hugo Boss, Louis Vuitton, que sinceramente não sei o que as mulheres vêem nesta loja, Swarovski, várias joalherias e claro bancos, muitos bancos. Já na parte de cima dos edifícios, que não são muito altos por sinal, existem vários escritórios, um mais bonito que o outro, pelo que eu pude ver pela janela. Em seus afluentes, cheios de restaurantes bons, onde uma água é na faixa de 5,00 francos suíços, ou o equivalente a uns 9 reais, mas é melhor não pensar nisto, pois se pensar você não sai de casa. As pessoas que transitam pela rua, são de classe, tanto os homens quanto as mulheres, todos muito bem vestidos, creio que deixaria a Berrini ou a Paulista com inveja, mas enfim, estamos na Suíça, na mera rua da estação do trem.
Continuando a Banhof strasse, sentido o lago, achamos vilarejos, lindos, casinhas super pequenas e aconchegantes, restaurantes mais modestos, porém mais convidativos e em minha opinião mais charmosos, neste dia como estamos já sem grana almoçamos um sanduíche de uma loja de conveniência, próximo a uma igreja no alto de um monte, com vista para o lago, em um dia de sol, acho que Deus deve gostar muito da Suíça, pois foram uma das melhores paisagens que meus olhos já viram.
Todos falam inglês, principalmente jovens, com isto fica muito fácil fazer compras e perguntar quando se tem alguma duvida, as pessoas são bem amistosas, porém a Suíça está sofrendo com os imigrantes, embora aprender a falar alemão não é pra qualquer um, o pais possui quase 20% de imigrantes entre sua população e mais 15% de pessoas que nasceram em outro local e agora possuem passaporte suíço, muitos judeus pela sua cidade até porque a cidade respira dinheiro, e quem entende mais de dinheiro no mundo do que os judeus, estes por sinal possuem um bairro próximo do centro de Zurich e no sábado é proibido entrar de carro por suas intermediações, sendo assim os suíços tem que dar um baita role para chegar em outros bairros, os ex-iugoslávos, também escolheram Zurich como seu local de recomeço e também adotando sua cultura pela cidade, sei lá acho isto meio agressivo, se eu viajar para a China eu tirarei meus sapatos ao entrar em uma casa, e creio que a pessoa visitante ou forasteira deve se enquadrar a cultura local, não ficar impondo seus costumes aos outros, mas isto é apenas a minha opinião.
Agora uma coisa é muito chata na Suíça, no domingo não há nada a fazer, e isto é depressivo, os shoppings não abrem, as lojas todas fechadas e não tem uma partida de futebol passando na tevê, talvez por isto também seja o maior índice de suicídio da Europa, ou talvez os assassinos lá devam ser realmente muito bons.

Estava com saudade de Dublin, acabei de chegar e agora já tenho que partir, sei lá estou estranho, as vezes quero que o tempo passe, mas as vezes quero que demore.
Bom até mais.

4 comentários:

Anônimo disse...

Menino! Cadê você?
Quando volta pra nossa terrinha?

Vai direto pro Rio ou passa em Sampa primeiro?

Fernanda

Mari disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Regina disse...

Você está meio tristinho em voltar...ou é impressão minha?

Estamos ansiosos aguardando o regresso de vocês.
Voltem por favor aqui tem toalha cheirosa, comida quentinha, salada bem temperada com vinagre e principalmente tem..."MOMO".

Beijos, façam boa viagem.

Paulo Eduardo disse...

pessoal desculpe a demora da resposta, esta uma correria.
To chegando