Chegamos em Berlin e nunca foi tão fácil se localizar, normalmente o que mais sofremos é para achar o Hotel e não tivemos este problema, pois Berlin possui um metrô do aeroporto até o centro, o que não acontece com freqüência na maioria das cidades.
Recebemos um SMS do hostel dizendo exatamente qual caminho deveríamos fazer para encontrá-los, e em 20 minutos já estávamos em nosso quarto. O quarto era muito bom, em verdade este foi o melhor Hostel que ficamos “Pégasus” para os interessados, o quarto e banheiro era muito limpo, e o melhor, chuveiro quentinho, até porque com um frio de três graus é impossível ficar sem água quente.
Berlin é uma cidade fascinante, muito acessível, onde uma boa refeição em um restaurante bom custa na faixa de €12,00 por pessoa, não possui muito brasileiro, sendo assim, não acho vantagem vir para Berlin sem inglês, ou ao menos noção do idioma.
Nosso primeiro dia tiramos para descanso pois o stress da viagem começa a bater com mais força e eventualmente temos que parar, e ter um tempo para si próprio. Acho totalmente loucura pessoas que fazem mochilão de 20 dias e conhecem 10 países, isto sinceramente não dá, pois nós ficamos cerca de 4 a 5 noites em cada lugar e confesso que me sinto muito cansado, parece que não, mas rotina as vezes é bom, e tenho saudades de muitas coisas como já disse diversas vezes, mas a saudade do meu travesseiro é cruel, e minha nuca que a diga.
No segundo dia saímos para o “city tour”, aqui na Europa uma prática muito comum é o Free-tour, com isto um estudante nos apresenta a parte histórica da cidade e nos passa um pouco da cultura local, particularmente é a melhor introdução que podemos ter sobre a cidade, o nome é Free, mas é claro que você tem que dar um agradinho, pois andar e explicar sobre os monumentos 3h30 é muito, €5,00 por pessoa acho uma caixinha legal.
Berlin como a maioria das cidades européias possui um portão de entrada, e este é um dos principais cartões postais da cidade, mas para tudo. Você consegue imaginar a Alemanha a mais ou menos 70 anos atrás¿
Berlin é especial por isto, pois nós diretamente ou indiretamente presenciamos sua história, sabemos o que ocorreu e que proporção tomou, e isto realmente é fascinante.
Após a quebra da bolsa de Nova York no começo do século passado à Alemanha passou por sérias dificuldades, seu dinheiro inflacionou muito (quando o governo emite mais notas em papel do que o país pode agüentar, por exemplo: imagine que o Brasil duplique a quantidade de notas que ele emite, sendo assim, o que antes você comprava com 0,50 agora você terá que pagar 1,00 é mais ou menos por aí) sendo assim, ela teve duas opções ou apostava na nacionalização ou no socialismo, e neste período um jovem militar que estava cumprindo pena em Munique capital da Bavária, escreveu um livro que foi sucesso de venda e este tinha a receita para que a Alemanha despontasse, seu nome, Adolf Hitler. Hitler foi nomeado então chanceler da Alemanha e começou sua política nacionalista. Para entender o que é o nacionalismo é mais ou menos como um patriotismo extremo, desta forma, todos no país dão preferência a marca nacional deixando de lado as marcas de outros países e isto feito com radicalismo tem um outro nome: Nazismo, então primeiro começaram a catalogar os imigrantes, ou pessoas de outra doutrina, mais tarde a perseguir os formadores de opinião, professores, líderes estudantis, jornalistas e etc. desta forma, Albert Einstein que além de ser pesquisador ainda era judeu seria uma presa fácil, ele então fugiu como tantos outros. Bibliotecas eram esvaziadas e seus livros queimados.
Primeiro queimando livros e depois pessoas, aí o resto vocês já sabem.
Após a queda de Hitler, onde a Alemanha foi derrotada pelos aliados, estes ficaram responsáveis por restabelecer o país, então o território foi dividido entre 4 países, Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e União Soviética. Começa então outro sofrimento do povo Alemão, como os três primeiros países citados acima eram de regime capitalista, eles mantinham sua fronteira aberta, mas como a União Soviética era socialista, eles resolveram marcar seu território, e não há forma melhor de fazer isto do que cercar seu território com um muro. Como Berlin era a capital da Alemanha acreditava-se que quem dominasse Berlin dominaria a Alemanha e quem dominasse a Alemanha conquistaria a Europa, desta maneira, a URSS não abriu mão de seu pedaço, nem que seja pequeno de Berlin, dividindo a cidade entre Oeste e Leste onde o Leste era socialista e o Oeste capitalista.
Muitas pessoas tentavam cruzar o muro, para o lado capitalista, e os soldados soviéticos recebiam promoção por cada um que eles matassem tentando cruzar o muro, mas com a queda da URSS a Alemanha voltou a ser um país unificado, eu ainda me lembro de quando vi está notícia no fantástico, eu tinha apenas 7 anos, não entendia o que aconteceu naquele momento, só agora é que entendo o que isto significou.
Particularmente eu sempre tive um pézinho no socialismo, imaginava algo mais justo, com maior distribuição de renda e etc, mas não sabia que estava vendo apenas o lado bonito da coisa. Conheci em Dublin um polonês, Michel, e este não quer nunca mais ouvir esta palavra, pois pra ele socialista é como escravo do governo, em Londres conheci um alemão da parte comunista e a idéia é a mesma, claro que cada um tem uma interpretação, mas eu prefiro a interpretação de quem viveu este regime.
A Alemanha é curiosa, pois a pessoa que nomeou o capitalismo Adam Smith e o que inventou o comunismo Karl Marx eram alemães, e sempre deixou a opinião das pessoas divididas, tão divididas que precisou de um muro pra isto. 1989 à apenas 18 anos a Alemanha é um país unificado e eu vi isto.
Agora pensando bem, onde você estava no 11 de setembro? Creio que será a próxima data que falaremos a nossos filhos.
Recebemos um SMS do hostel dizendo exatamente qual caminho deveríamos fazer para encontrá-los, e em 20 minutos já estávamos em nosso quarto. O quarto era muito bom, em verdade este foi o melhor Hostel que ficamos “Pégasus” para os interessados, o quarto e banheiro era muito limpo, e o melhor, chuveiro quentinho, até porque com um frio de três graus é impossível ficar sem água quente.
Berlin é uma cidade fascinante, muito acessível, onde uma boa refeição em um restaurante bom custa na faixa de €12,00 por pessoa, não possui muito brasileiro, sendo assim, não acho vantagem vir para Berlin sem inglês, ou ao menos noção do idioma.
Nosso primeiro dia tiramos para descanso pois o stress da viagem começa a bater com mais força e eventualmente temos que parar, e ter um tempo para si próprio. Acho totalmente loucura pessoas que fazem mochilão de 20 dias e conhecem 10 países, isto sinceramente não dá, pois nós ficamos cerca de 4 a 5 noites em cada lugar e confesso que me sinto muito cansado, parece que não, mas rotina as vezes é bom, e tenho saudades de muitas coisas como já disse diversas vezes, mas a saudade do meu travesseiro é cruel, e minha nuca que a diga.
No segundo dia saímos para o “city tour”, aqui na Europa uma prática muito comum é o Free-tour, com isto um estudante nos apresenta a parte histórica da cidade e nos passa um pouco da cultura local, particularmente é a melhor introdução que podemos ter sobre a cidade, o nome é Free, mas é claro que você tem que dar um agradinho, pois andar e explicar sobre os monumentos 3h30 é muito, €5,00 por pessoa acho uma caixinha legal.
Berlin como a maioria das cidades européias possui um portão de entrada, e este é um dos principais cartões postais da cidade, mas para tudo. Você consegue imaginar a Alemanha a mais ou menos 70 anos atrás¿
Berlin é especial por isto, pois nós diretamente ou indiretamente presenciamos sua história, sabemos o que ocorreu e que proporção tomou, e isto realmente é fascinante.
Após a quebra da bolsa de Nova York no começo do século passado à Alemanha passou por sérias dificuldades, seu dinheiro inflacionou muito (quando o governo emite mais notas em papel do que o país pode agüentar, por exemplo: imagine que o Brasil duplique a quantidade de notas que ele emite, sendo assim, o que antes você comprava com 0,50 agora você terá que pagar 1,00 é mais ou menos por aí) sendo assim, ela teve duas opções ou apostava na nacionalização ou no socialismo, e neste período um jovem militar que estava cumprindo pena em Munique capital da Bavária, escreveu um livro que foi sucesso de venda e este tinha a receita para que a Alemanha despontasse, seu nome, Adolf Hitler. Hitler foi nomeado então chanceler da Alemanha e começou sua política nacionalista. Para entender o que é o nacionalismo é mais ou menos como um patriotismo extremo, desta forma, todos no país dão preferência a marca nacional deixando de lado as marcas de outros países e isto feito com radicalismo tem um outro nome: Nazismo, então primeiro começaram a catalogar os imigrantes, ou pessoas de outra doutrina, mais tarde a perseguir os formadores de opinião, professores, líderes estudantis, jornalistas e etc. desta forma, Albert Einstein que além de ser pesquisador ainda era judeu seria uma presa fácil, ele então fugiu como tantos outros. Bibliotecas eram esvaziadas e seus livros queimados.
Primeiro queimando livros e depois pessoas, aí o resto vocês já sabem.
Após a queda de Hitler, onde a Alemanha foi derrotada pelos aliados, estes ficaram responsáveis por restabelecer o país, então o território foi dividido entre 4 países, Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e União Soviética. Começa então outro sofrimento do povo Alemão, como os três primeiros países citados acima eram de regime capitalista, eles mantinham sua fronteira aberta, mas como a União Soviética era socialista, eles resolveram marcar seu território, e não há forma melhor de fazer isto do que cercar seu território com um muro. Como Berlin era a capital da Alemanha acreditava-se que quem dominasse Berlin dominaria a Alemanha e quem dominasse a Alemanha conquistaria a Europa, desta maneira, a URSS não abriu mão de seu pedaço, nem que seja pequeno de Berlin, dividindo a cidade entre Oeste e Leste onde o Leste era socialista e o Oeste capitalista.
Muitas pessoas tentavam cruzar o muro, para o lado capitalista, e os soldados soviéticos recebiam promoção por cada um que eles matassem tentando cruzar o muro, mas com a queda da URSS a Alemanha voltou a ser um país unificado, eu ainda me lembro de quando vi está notícia no fantástico, eu tinha apenas 7 anos, não entendia o que aconteceu naquele momento, só agora é que entendo o que isto significou.
Particularmente eu sempre tive um pézinho no socialismo, imaginava algo mais justo, com maior distribuição de renda e etc, mas não sabia que estava vendo apenas o lado bonito da coisa. Conheci em Dublin um polonês, Michel, e este não quer nunca mais ouvir esta palavra, pois pra ele socialista é como escravo do governo, em Londres conheci um alemão da parte comunista e a idéia é a mesma, claro que cada um tem uma interpretação, mas eu prefiro a interpretação de quem viveu este regime.
A Alemanha é curiosa, pois a pessoa que nomeou o capitalismo Adam Smith e o que inventou o comunismo Karl Marx eram alemães, e sempre deixou a opinião das pessoas divididas, tão divididas que precisou de um muro pra isto. 1989 à apenas 18 anos a Alemanha é um país unificado e eu vi isto.
Agora pensando bem, onde você estava no 11 de setembro? Creio que será a próxima data que falaremos a nossos filhos.
5 comentários:
Oi Paulinho,
Fiquei impressionada com este post,
riqueza de detalhes, lugares e curiosidades.
A queda do muro de Berlim, me lembro como se fosse ontem.
Meus amores sigam com Deus
Beijos da Re
Oi pessoal, brigado por continuar nos acompanhando e também pelo incentivo agora estou em amsterdam e aqui tb terei muita coisa a escrever, um pouco talvez diferente do que as pessoas pensam. Mas eu queria saber vcs estão gostando dos videozinhos? um abraço a todos.
Pool
Oi Paulinho, o que são estas "caixas" na qual voce está em cima ? Até o fim do mês, se Deus quiser....bjs.
Entao tio, no videozinho eu explico, isto eh um monumento aqui em berlim que retrata do holocausto, eh uma especie de labirinto, e muito interessante para conhecer, este monumento fica bem a frente do parlamento alemao, para que eles nao se esquecam que as normas decididas alih podem tomar proporcoes enormes.
Um abracao e ateh o fim do mes.
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